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 [FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia]

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Sara Jaganshi
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Sara Jaganshi


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[FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia] Empty
MensagemAssunto: [FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia]   [FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia] Empty02.01.10 3:14

Título: A noite da virada
Gênero: Friendship
Beta-reader: Se alguém se habilitar...
Categoria: R/PG (Livre)
Autora: vários. Sara jaganshi, Próto de fênix, eclairsakura, Helena Hiwatari.
Link: http://fanfiction.nyah.com.br/historia/54866/A_Noite_Da_Virada
Série: Bakuten Shoot Beyblade, pós G-Revolution, considerações do mangá.

Sinopse:
Hiromi está organizando uma festa em comemoração ao ano novo. Takao não lhe dirige uma palavra. Todos os BBA foram convidados. Agora resta saber o que acontecerá com isso tudo...


Disclaimer: Beyblade não nos pertence. Todos os direitos reservados a Aoki takao.

O fic era pra participar do Desafio de Fim de Ano da Ana, mas... fazer o quê, não deu tempo. De qualquer forma, está aí pra vocês.

P.S. da Aislin: No mangá, se explica que o Susumu, pai do Kai, é dono de uma empresa e Soichirou de outra, e que as duas acabaram ficando pro Kai no epílogo. Não me lembro os nomes das duas mas é isso mesmo.


Hiromi passava pela sala de seu novo apartamento quando esbarrou em uma foto colocada numa mesinha de mogno, situada ao lado do sofá. A moldura caiu no chão de madeira e espatifou-se. A foto porém continuou intacta, apesar do invólucro de vidro ter-se partido em mil pedaços.
Colocou as compras na mesa da cozinha e voltou para a sala, um pouco irritada por já estar cansada e ainda ter que arrumar os cacos estúpidos de moldura de metal da foto daqueles... Ela ainda tinha aquela foto? Pegou-a e levou-a para mais perto da face. Essa era uma foto tão antiga... Lembrou-se o quanto Kai era lindo com aquele cachecol branco, de como era o pequeno e irritante ruivo Daichi e de como o kyoujyu parecia um gênio analisando todos os adversários. Lembrou-se do entusiasmo do Max, e de como ele parecia feliz com o... Com o Takao. Sentiu um aperto no peito. Tinha se decidido não mais procurá-lo, depois do que acontecera antes. Depois de todas as farpas que tinham trocado. Dos insultos que tinham se dito. Nunca achou tudo tão deslocado. Tudo tão senil. O aperto no peito confirmava isso. E a vontade de chorar era avassaladora. Não podia mentir a si mesma desse jeito. Kai havia lhe dito isso anos atrás. Ela amava o Kinomya. Podia brigar com ele, chamá-lo de criança e de lerdo. Podia até realmente achar que aquele idiota era retardado com a álgebra e persistente feito um câncer mas... Ela o amava. E isso é tudo que importa.
Lembrou-se da conversa que tivera com o vovó do Takao a alguns dias, quando se encontraram por acaso no restaurante de seus pais.
- pequena neta! Como vai esse coração hein? – ele tinha falado com um sorriso meigo, típico de sua personalidade.
- Ah... olá vovó! Sim, vou bem obrigada... Atolada de dever da faculdade. Sabe como é a TókioU não é? - disse colocando os livros que carregava nos braços na mesa em que o senhor de longos cabelos estava sentado.
- oh sim... – disse antes de rir – é e como vai o curso? Fazendo grandes progressos?
- sim vovó. O curso de moda da tokioU é ótimo. – disse tentando parecer casual, apesar do término com o takao ser recente.
- bem Hiromi... Onde passará o Ano Novo? – disse com voz amigável e energética de sempre.Mas era perceptível o toque de cautela em seu tom.
- ah... bem.. – ela não tinha pensado nisso ainda, sempre passara o ano novo com o seu primo e depois que ele começou a trabalhar, nunca se sabe quando ele estará aqui. Acostumou-se a ir ao Dojo Kinomya, comemorar lá. Agora que tinha acabado seu relacionamento com o herdeiro Kinomya, não tinha coragem de ir lá novamente – eu acho que talvez.. no templo dos...
- poderá passar lá em casa como sempre pequena. Takao não se incomodara, e eu irei adorar sua companhia. – disse antes de lhe servirem uma tigela de yaksoba. – hey, tive uma idéia garota! Por que não aparece por lá e me ajuda a fazer os convites chamando o antigo time?

Ela simplesmente não podia acreditar que tinha realmente aceitado tudo aquilo. As compras de hoje eram para a ceia de mais tarde. E tudo que poderia fazer agora era tomar um bom banho e ir ao Dojo essa noite.







Havia finalmente conseguido o meu belo emprego na BBA. Após alguns anos de esforço, mérito próprio, o meu talento de génio pouco reconhecido, embora tenha favorecido imenso a minha equipa favorita e meus amigos, os famosos, os indiscutíveis, os inesquecíveis, os invencíveis, Bladebreakers.
Hoje, não poderia me esquecer da reunião de equipa. Agora já não éramos os rapazes desocupados como de antes. Agora éramos além de gente importante para o mundo. Pertencíamos a algum estatuto na sociedade actual. Já não éramos os pirralhos convencidos e arrogantes de antes, mas sim, jovens adultos, aptos para o seu emprego e vida quotidiana vulgar.
O que aconteceu a mim, acontece a todos os outros, apenas com a excepção de estar a trabalhar com gente ao meu nível, finalmente! Já não tenho que andar a explicar tudo como se fossem umas crianças burras de cinco anos!
Parei de teclar furtivamente no meu novo e especializado teclado, embora estivesse sempre na companhia da Dizzi, e lembrei-me de que seria possível algum deles ter mudado um pouco. Se quando nos reencontrássemos se iríamos sentir aquele calor da nossa amizade? Que novidades trariam eles? Kai e Ray viriam? Acho que sim, já que arranjam sempre uma forma de estarem presentes. Max e Tyson não perdem uma reunião que seja, já que a sua amizade sempre foi especial e única. Hillary vai lá estar e pergunto-me se ainda não se declarou ao Tyson? Aposto que não. Mesmo temos sido colegas de turma, eu nunca fora alguém que chamasse a atenção, como eles, embora, devido à minha querida Dizzi, tenha arranjado alguns problemas para os meus amigos, e no fim tudo se resolvera e a amizade perdurara.
Senti a minha vista a arder. Andava a trabalhava horas extra e em feriados. Hoje era o último dia do ano e fiz questão de trabalhar um pouco mais. Fazer mais um avanço científico. Testar-me a mim próprio no que sou imbatível. Não fazia a mínima de que horas seriam, mas possivelmente já estaria bem perto da hora da reunião. Não tardou muito para Dizzi, com a sua voz autoritária, tenha me alertado das horas, pondo-me visivelmente atrasado.
Não era um excelente atleta mas ia tentar correr ao máximo, sem me estampar no chão, na direcção do dojo dos kinomiya. Isto relembrava-me os momentos em que vinha a este sítio, relatar os estranhos acontecimentos que ocorrera ao longo das nossas vidas de Beybleyders. Realmente eu poderia ter sido um excelente Jogador, melhor ainda que o Tyson ou até mesmo do que o Kai, se reunisse toda a informação que possuía, no entanto, isso não seria eu. O pequeno geniozinho, o nerd, o cromo, em que os grandes Bladebreakers se apoiavam quando mais necessitavam.
Já me encontrava exausto quando reconheci a entrada do dojo. Soltei um forte suspiro, agarrei com força na minha Dizzi, inspirei as vozes dos meus companheiros e amigos, e estava pronto para voltar a ser o Chefe que eles conheciam e eu deles. Isto sim, é que é a melhor maneira de terminar o ano.







Rei estava deitado a algum tempo.Sua cabeça latejava e seus braços doiam. A batida da porta ainda ecoava em sua mente. Estava em seu apartamento no centro de Pequim e havia brigado com Mao à alguns minutos, mais uma das brigas por causa da data do casamento, mais uma das muitas desde que ela viera morar com ele ali.
Aquilo estava o incomodando bastante, gostava muito dela. Gostava do sorriso dela ao acordar, gostava dos cabelos dela com cheiro de xampu, gostava dos lábios pintados de rosa, e de como dispunha as flores que colocava no vaso do centro da sala. Gostava do seu tempero e de como rebolava inconscientemente enquanto cozinhava. Gostava de seus seios fartos preenchiam suas mãos, e das nuances de sua voz ao fazerem amor. Mas aquelas brigas o estavam deixando louco, e o fazia querer acabar com tudo de uma vez por todas. Suspirou e pegou novamente o convite que recebera do Japão. Estava mais tentador agora. Sabia que precisavam de um tempo sozinhos. ELE precisava de um tempo sozinho... Por que, sim, ele acabaria enlouquecendo se continuasse ali.
- Talvez dando um tempo longe seja mais fácil... - disse ele a si mesmo, parecendo cansado. – quem sabe não brigamos menos depois disso. Quem sabe esse afastamento me de um tempo pra pensar em tudo. – sussurrou antes de se levantar.
É só uma fase difícil - disse para si mesmo pegando sua mochila de cima do armário.
Separou algumas roupas e escreveu um bilhete. Mao havia saído após a discussão, mas não ia a deixar sem saber para onde havia ido, ele sabia que se sentiria traído se ela sumisse sem ao menos deixar algo para lhe informar.
Foi até a porta e deu uma ultima olhada para o lugar colocando a mochila nos ombros. Tinha agora um bom apartamento. Principalmente comparado a moradia que tinha na vila anteriormente. Tinha construído tudo aquilo com Mao e não estava disposto a perder. Fechou a porta e saiu.
Algumas horas depois Mao entrou no apartamento com algumas compras nos braços, as colocou sobre a mesa e foi a procura de Rei.
- Ele deve ter saído.- disse ela indo para a cozinha e encontrando um bilhete na geladeira.

Mao;
Sei que você deve estar me odiando por sumir assim.
Mas estamos brigando de mais.
Talvez esse tempo nos ajude.
Vou passar o Réveillon com o Tyson, recebi um convite dele.
Vai nos dar um tempo pra pensar.
Sinto muito.
Te amo.
Rei
Depois de algumas horas de vôo perdido em seus pensamentos , ele chegou ao Dojo e ficou ali por uns momentos pensando em tudo que tinha ocorrido. Mas agora não tinha como voltar respirou fundo e se preparou para entrar.





Eram oito da noite quando eu cheguei no meu apartamento hoje.
Pra ser sincero, nessa hora eu estava completamente esquecido da data de hoje – e a maioria das pessoas me acharia louco por isso, afinal, ninguém (insira sarcasmo, por favor) esquece o 31 de Dezembro, não é? Bom, pessoas estúpidas lembram de datas estúpidas, e noventa e nove por cento das pessoas do mundo são estúpidas. O pior de tudo é que eu não tenho certeza de que não ser estúpido seja uma vantagem.
Eu poderia ter ido dormir as dez da noite e ignorar completamente o fato desta ser uma noite 'especial', e ficaria feliz com isso, quando acordasse amanhã e descobrisse que é enfim dia primeiro de Janeiro. Mas é claro que os meus amigos estúpidos tinham que dar um jeito de me arrastar, de novo, para o mundinho de comemorações deles – bastou que eu batesse o olho no convite, feito tão caprichosamente e à mão, esquecido em cima da mesa onde eu o atirara na noite anterior.
Um convite para a festa de Ano Novo no Dojo Kinomiya. Eu reconheci a letra de Hiromi, exatamente como no outro cartão, o de Natal – que veio me convidando para uma reunião à qual eu não fui, diga-se de passagem. E por isso, no dia 25, Hiromi apareceu aqui com um embrulho, um envelope decorado, o Kinomiya com um mau-humor mal-disfarçado a tiracolo e todo um interrogatório/discurso/sermão na ponta da língua afiada. E é claro que, além do presente, eu ganhei também a ameaça implícita de perder o fígado, caso não aparecesse na reunião de hoje.
Não é como se eu realmente me importasse com as ameaças. Mas, maldição, eu sei que me sentiria, talvez, um pouco mal em decepcioná-los de novo, quando eles já pareceram tão cabisbaixos antes. Eu sei que não foi só por mim; Max não conseguiu vir dos EUA para passar o Natal aqui, embora tenha prometido vir no Ano Novo, e faz três ou quatro anos que Rei não dá sinal a não ser por cartas. Kyoujyu com toda a certeza virou a noite trabalhando, com sua nova mania de aproveitar as noites em que 'todos estão ocupados demais pra me amolar' para adiantar suas importantíssimas pesquisas, e não faço ideia se Daichi teria ido ou não, depois de ter começado a andar com outro grupo de amigos.
Quanto a mim, bem, eu simplesmente não tive a menor disposição de sair para comemorar o Natal. Nunca tive, aliás, e se por algum milagre já tivesse tido, ainda assim não teria sido nesse ano horrível, e sequer no anterior que foi quase tão ruim quanto.
Fazem dois anos que o fantasma de Soichirou voltou a me infernizar. Ah, mas não pensem que isso quer dizer que ele morreu – eu não teria essa sorte. Soichirou continua vivo, e bem vivo, e livre e rico e detestável, como ele sempre foi – ou pelo menos é só o que eu me lembro dele. E, ainda assim, estaria tudo bem se ele simplesmente tivesse continuado a ser apenas uma sombra irritante, como vinha sendo por quase oito anos, desde que os planos de Balkov com a abadia foram estragados e Soichirou perdeu todo o seu grande investimento nela, e mais um pouco com os tribunais, até ser absolvido (provando a brilhante competência da justiça, vejam bem). Mas tudo que é bom um dia acaba, e a minha relativa 'paz' acabou quando, no meu aniversário de vinte anos (que meus amigos fizeram questão de lembrar e comemorar), Soichirou resolveu que eu deveria arrumar uma noiva.
A opinião mais imediata sobre isso foi a do Kinomiya: uma sonora e aparentemente incontrolável gargalhada, seguida por um “E desde quando se pode ficar noiva de alguém com quem se troca menos de uma palavra por dia??”, ou qualquer coisa parecida.
Não havia muito o que se considerar depois disso, na verdade. Mas, saibam, Hiwatari Soichirou é uma pessoa insistente, e saberia infernizar a vida de qualquer um, se quisesse. E acreditem: no meu caso, ele quer.
E não, eu não sou gay. Mas isso não quer dizer que eu pretenda arrumar uma esposa, ter um herdeiro (Soichirou não usa a palavra 'filho', e sim 'herdeiro') e voltar a viver na Mansão Hiwatari, de quebra deixando meu 'adorado' avô satisfeito. Uma família não está nos meus planos, nem nunca esteve. Eu sei o que vou fazer: concluir o último semestre da minha faculdade e, então, assumir de vez a responsabilidade pela empresa do meu pai. Soichirou já teve a posse dela por muito tempo, e eu não vou esperar que ele a afunde, assim como quase afundou sua própria empresa, quando perdeu todo aquele dinheiro na abadia. E, felizmente ou não, essa empresa também vai ser minha algum dia, o que significa total falta de tempo para qualquer coisa que não esteja relacionada com os negócios.
E mesmo que houvesse o tempo, eu não sou o tipo de pessoa que formaria uma família. Não gosto de crianças, nem de ter que dar atenção aos outros. E, mais do que tudo, odeio comemorações 'familiares'. Eu não consigo me imaginar montando uma decoração de Natal, ou pensando em como e onde comemorar o maldito Ano Novo. Esse não seria eu.
Hoje, por exemplo, tudo o que eu queria era faltar à essa reunião, mas eu sei o quanto as consequências seriam desastrosas. Isso por que são apenas os meus amigos estúpidos – se fosse minha própria família... com certeza seria mil vezes pior.
Bem, eu não posso deixar de ir, mas isso não quer dizer que eu precise ficar muito tempo. Basta que eu fique meia hora e então vá embora, e Kinomiya e os outros vão acabar desculpando e esquecendo, como sempre. Provavelmente eu estaria de volta ao meu quarto antes dos malditos fogos começarem a estourar.
Mas, mesmo enquanto tomava um banho para (infelizmente) sair de novo, eu não podia deixar de pensar na futilidade de se comemorar uma noite só por ser a última do ano. E ainda por cima manter inúmeros rituais idiotas para isso, acreditando que vai fazer alguma diferença pros seus próximos 365 dias a cor que veste hoje. É tão patético que quase chega a ser engraçado – de qualquer forma, eu vou de preto, e tenho certeza de que em uma hora alguém já vai ter feito o 'favor' de me explicar o que isso diz sobre o meu 'novo ano'. Se significar que vou me livrar de Soichirou, quem sabe eu até dê um crédito... não, seria preciso muito mais que uma roupa pra me trazer toda essa boaventura.
Eram nove e vinte da noite quando eu sai do meu apartamento essa noite – e eu confesso que, quando entrei no táxi já estacionado na frente do meu prédio, já estava tentando calcular há que horas estaria de volta.






Parecia ser o começo de uma piada de mau gosto...
Havia um rapaz, alto, ruivo e de olhos azuis sentado no banco de trás daquele taxi. Ele era frio, tinha ar arrogante, parecia ser extremamente egoísta. Era o Ódio em pessoa e altamente vestido com roupas chiques, caras e decadentes.
O motorista daquele taxi estava com medo daquela figura e não quis começar uma conversa descente...
O único problema que não era uma piada... Era a pura, dura e terrível realidade.
Ele estava exatamente no dia 31 de dezembro metido num taxi mal-cheiroso, usando um dos seus melhores conjuntos sociais, com o cabelo finalmente penteado para trás e percorrendo as ruas daquela miserável cidade com o propósito de visitar seu “amável amigo da Abadia” ou como popularmente diria, seu temível chefe.
Ivanov tinha explicações para isso. Ele só estava ali por causa do dinheiro e pelo status. Ganhou uma oferta irresistível de trabalho da empresa que Susumu coordenava , e depois que Kai Hiwatari assumiu o trono da família, ele só estava lá mesmo devido a quantia que recebia em sua conta e pelo contrato de garantia do funcionário. Aquele maldito contrato que assinou pensando que receberia um aumento...
Às vezes, Ivanov odiava ser ganancioso.
A outra explicação que tinha, talvez a mais comovente e humana fosse que... Ele tentava de todos os jeitos evitar aquelas malditas festas “familiares”, e apesar de não ter família alguma, seus “colegas de trabalho” e alguns amigos insistiam em convidá-lo, suas desculpas e educadas recusas pareciam não ter mais efeito com o passar dos anos. Mas sejamos sinceros, ninguém quer ter um rapaz mal-encarado sentando-se à mesa de jantar e é incapaz de demonstra emoções. Ivanov nunca teve culpa disso, ele foi criado assim e não pode negar a sua natureza gelada.
Seu pai era um soldado e sua mãe, dona-de-casa. Eles eram felizes na Rússia, comemoravam todas as dadas com extrema alegria, trocavam presentes, abraços e carinhos, passeavam juntos se misturando na paisagem branca e cinza da cidade e iam ver os fogos de artifícios de mãos dadas, como uma bela família unida. Isso durou pouco tempo, até seu pai perder o status como soldado, então se tornou preguiçoso, abusivo e bêbado.
Sua pequena vida feliz tinha sido arruinada.
Senhor Ivanov batia constantemente em sua mãe e principalmente nele, sua raiva parecia ser saciada necessariamente e somente nele. Hematomas de todas as cores e dores, cortes profundos com direito a infecção tomavam conta de seu corpo e ele estava cansado de escondê-los sob suas roupas compridas. Yuriy chorava todas as vezes que seu pai levantava a mão pra eles, mas não por si próprio e sim por ela. Ela não merecia sofres nas mãos daquele maníaco... Então, ela foi embora, o deixando sozinho num canto da casa, encolhido na escuridão, chorando... sangrando, e em pleno ódio.
Sem ter onde ir, Yuriy foi obrigado a ficar com aquele monstro. Os abusos se tornaram piores, pois só tinha uma pessoa para receber aquela raiva que não era o suficiente para afogá-lo. Senhor Ivanov o fazia sair de casa para buscar comida e bebidas alcoólicas, o simples fato de ter o mandando fazer isso significava que teria que roubar para permanecer vivo e com o corpo inteiro. Numa dessas viagens conheceu Bóris kuznetzov, e depois sua vida foi piorando quando Vladmir Balcov entrou na estória.
O carro parou rente ao meio-fio. Ivanov pagou o motorista dando uma bela gorjeta e saiu ignorando o “Feliz ano novo”. Ele estava de volta ao doce frio numa calçada extremamente lisa e perigosa, andando em direção ao endereço dado pela secretaria. Um apartamento... Ivanov nunca imaginava que Hiwatari largaria a mansão para viver num apartamento.
Kai Hiwatari o irritava profundamente, tudo devido a um ódio anormal por ele, talvez criado quando ainda era pequeno ou pelo Boris e Voltaire por terem o favorecido durante sua “estadia grátis”. Por que diabos ele estava indo visitá-lo mesmo?
Ele estava andando apressado, com o rosto escondido entre um cachecol vermelho e as mãos no bolso. Suas bochechas estavam vermelhas devido ao frio, seus olhos de puro gelo focavam suas botas. Atravessou a rua rapidamente olhando para frente e checando mentalmente se aquele era o endereço correto. Ele parou bruscamente quase derrapando na calçada...
Aquele, no mesmo taxi, logo a frente, não podia ser o maldito Kai Hiwatari.
Ivanov correu em sua direção descartando todas as possibilidades de sofrer um acidente. Só alguns metros, apenas alguns metros e estaria que nem um louco batendo os punhos contra a janela do carro gritando o nome do desgraçado. Aquela cena parecia ser de algum filme romântico picareta em que o casal é separado, o amor de sua vida esta indo ao aeroporto para pegar o próximo vôo para bem longe e ele não consegue chegar a tempo. Bem, era exatamente isso que estava acontecendo, mas sem essas gostas de romance, pois o carro arrancou cantando os pneus pelo asfalto e Tala Ivanov caiu na neve.
Não era sua intenção. Ele escorregou enquanto corria desesperado e acabou avançando alguns metros de barriga para baixo, arruinando suas roupas e desfiando seu lindo cachecol, acertando uma boa camada de neve misturada com lama como se fosse boliche. Ah sim, só para constatar, suas roupas eram totalmente brancas. Ele levantou a cabeça e viu o carro amarelo se afastando lentamente... Aquilo definitivamente não poderia ser verdade.
Ele tinha que arranjar um outro taxi e rápido.
Levantou-se rapidamente e correu até a porta do devido prédio. O porteiro tinha lhe dito que Kai Hiwatari estava a caminho de uma festa de final de ano. Primeiramente ele não tinha acreditado, pois Hiwatari nunca ia nesses tipos de festa, mas o que diabos ele tinha a perder? Depois de alguns acertos e notas faltando em sua carteira, tinha conseguido sua localização. Pelo menos o porteiro tinha sido “amigável” e chamou um taxi, e é claro que demorou a chegar...
30 minutos depois...
Saltou do carro e correu com extrema atenção para tentar apanhá-lo antes de entrar na festa. E quando chegou aos pés do portão procurando incansavelmente pelo russo, teve a visão do inferno. O endereço era aqui, exatamente aqui. Definitivamente o único lugar do mundo inteiro que ele queria realmente explodir.
A casa de Kinomya Takao.


Última edição por Aislin Le Fay em 14.09.10 16:53, editado 5 vez(es) (Motivo da edição : continuará...)
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MensagemAssunto: Re: [FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia]   [FANFIC] A noite da virada [Resposta atrasada ao desafio da Anamatéia] Empty12.09.10 17:26

Muito boa a fic, como diz o ditado antes tarde do que nunca!
Gostei da fic!
Bjos e até mais!
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